No fim-de-semana de 15 e 16 de fevreiro chegou ao fim a 2ª edição dos Exercícios Espirituais em diários Gráficos (EEDG). A Luz da Câmara conta-nos o que representou para si esta proposta.
“Sou daquelas que “não sabe desenhar”. Por isso uso o rabisco para registar aquilo que ainda não sei nomear: faço-o profissionalmente por isso fiquei radiante quando soube destes Exercícios Espirituais em Diários Gráficos – EEDG.
Inscrevi-me logo nos primeiros EEDG, que depois não fiz, mas o mais importante é que comecei a desenhar nos meus tempos de oração. Aparecem os segundos EEDG e desta feita inscrevi-me. E fui. Com o coração aos saltos lá me apresentei no 1º encontro. Para além do desenho, estes exercícios tinham o projecto Casa Velha como pano de fundo, e a ideia de juntar espiritualidade, ecologia e desenho (arte) fazia-me o triplo do sentido e também o triplo da intimidação. E como sempre, são coisas da minha cabeça, do meu mafarrico. Acolhemo-nos uns aos outros olhos nos olhos, sorriso pronto e muito respeito. E iniciei esta caminhada em conjunto, buscando Deus através do desenho.
Orar desenhando faz-me ficar mais presente naquele momento, ajuda-me na espera, a criar e prolongar silêncio, a abrir a possibilidade da escuta. Sabendo isso, guardo a minha meditação matinal para orar as maravilhosas e inspiradoras pistas, fazendo com que, muito calma e subtilmente, o chamamento se fosse tornando presente. E cada texto, cada evangelho orado e desenhado abrem uma possibilidade muito real de sentir Deus, como uma brisa, como Elias no Horeb, e me ajudam a ficar quieta e confiante nas tormentas. Através do desenho parece que consigo melhor olhar para o que me dói e o que me alegra, a dor que tenho que atravessar e aquela que posso mitigar.
Sempre com o coração nas mãos, medo do ridículo, mesmo sabendo que é arriscando o ridículo que poderei chegar ao sublime um dia. E no encontro seguinte é como se fosse ter com família, amigos de longa data, chego com alegria e percebo saudades de quem não está e realizo que tinha estado com cada um deles ao longo de todas as pistas. Obrigada, Senhor, por me ajudares a AMAR o invisível. Ouvi muito: não é o fim, não é para acabar. E não é, e não foi. Continuo a trocar momentos de oração desenhados, todas as semanas, ou quase, com uma das participantes…. E a todos os outros trago-os como que tatuados no coração.”
19.03.2019, Luz da Câmara, participante da 2ª Edição dos EEDG