Viver Ao Ritmo da Terra na Casa Velha

No fim de semana de 4 a 6 de Novembro fomos convidados a viver ao Ritmo da Terra na Casa Velha. Foi um tempo de encontro entre diferentes gerações, miúdos e graúdos, um convite a viver em comunhão com a Natureza e o Bom Pastor.
Colocando as mãos na Terra, louvámos o Senhor de diferentes formas. Alguns colocaram a delicadeza das suas mãos ao serviço das ervas aromáticas. À medida que iam limpando e removendo algumas delas, também iam transplantando estas ervas aromáticas para covetes com terra. Assim esperamos que criem raízes e possam voltar à terra com vigor, completando esta bonita economia circular. Ou como dizia Lavoisier: “Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”. À medida que passeavam pela
Casa Velha, a Catarina Alvim ia explicando sabiamente a identidade de cada planta e o que necessita para ser cuidada no jardim de cada um de nós. Em paralelo, outro grupo dedicava-se à preparação de alguns produtos Casa Velha: tília, louro, alecrim e alfazema. Cada frasco que se enchia de tília dava lugar a uma nova história partilhada. Houve tempo para desfolhar alecrim e alfazema em roda. Depressa se sentia o seu cheirinho no ar e nas mãos de cada um. Com várias mãos a ajudar ficaram preparados vários produtos Casa Velha que estão disponíveis para venda este Natal.
Como é natural desta estação, os ladrões começam a crescer nas oliveiras. Por isso mesmo, um dos grupos esteve dedicado a limpar os ladrões das oliveiras, com a esperança que estas cresçam com vigor para a colheita de azeitona do próximo ano. Para além do cuidado das oliveiras, também prepararam a lenha para esta estação. Com o auxílio de carrinhos de mão, muita foi a lenha transportada para o alpendre da cozinha. É de louvar a arte de arrumar a lenha como quem monta um puzzle ou joga tetris.
Assim, nos meses frios que se aproximam, a lenha estará por perto preparada para aquecer quem se encontra na Casa Velha.
Em sintonia com estes trabalhos, também o galinheiro ia ganhando forma. Entre gargalhadas e boas conversas na companhia das galinhas fizeram-se vários trabalhos de manutenção: limpeza de ervas, restauro de degraus, reforço de pintura, limpeza do galinheiro e preparação do chão com mais terra e caruma, que se apanharam nos pinhais à volta, para maior conforto das galinhas. Agora sim, o galinheiro está pronto para acolher mais galinhas.
Ao longo do fim-de-semana, o Padre Frederico Lemos, sj ia orientando o nosso trabalho interior ao ritmo do Outono, agradecendo o Verão que passou e preparando o coração para acolher e saborear o que o Outono nos traz, dando lugar à gratidão e ao louvor.
Como Outono também é sinónimo de castanhas, o serão de Sábado à noite convidou-nos a fazer da fogueira na rua a nossa sala de estar. Foi à volta da fogueira que cantámos, rimos e conversámos aquecidos pelas castanhas e pelo vin chaud!
Louvado seja Deus por este encontro!

Testemunho de Mariana Brás que integra a equipa de coordenação da atividade Ao Ritmo da Terra

Inscrições aqui para o próximo fim-de-semana Ao Ritmo da Terra de 26 a 29 de Janeiro