A Casa Velha é e resulta de um processo espiritual, que está na raiz da nossa consciência e ação ecológica. Assim, a Casa Velha é mais do que um lugar, é um modo de vida, um modo de proceder. As raízes deste modo, neste lugar, são anteriores à fundação da Associação. O modo Casa Velha vai-se experimentando e definindo ao longo do tempo.
É nesse sentido que se foram revelando os oito Pilares da Casa Velha : viver abertos e disponíveis, agradecidos, em verdade, em simplicidade, sabendo esperar, comprometidos e atentos, em comunhão, com alegria.
Além disso, a Casa Velha revê-se como um projeto simples, frágil e inacabado. Estes três estados são também modo Casa Velha. Embora tipicamente considerados fraquezas ou ameaças acredita-se que são potenciadores da sustentabilidade:
Simples, o estilo de vida simples, fora da zona de conforto, «com pouca tralha» e por vezes austero, provoca uma liberdade para o encontro; uma «ausência que potencia a presença» reconhecida em vários testemunhos.
Frágil, a fragilidade incentiva a atenção cuidada e inclusiva; é uma força mobilizadora para um maior compromisso com o caminho feito em comum, valorizando a diversidade.
Inacabado, porque é um projeto em permanente construção, com «dores» e frustrações de crescimento, é uma força mobilizadora de pessoas que pretendem contribuir e fazer parte.
« Parece-me que a Casa Velha é sobretudo um modo de vida… Essa é a força da Casa Velha, ser um modo de vida, ser um modo de estabelecer relações, de compreender as coisas, de dizer as coisas, e essa grande força já se impõe de alguma maneira, já é partilhada de maneira transversal. Parece-me que esse modo não é uma abstração, não é um conceito, não é uma fórmula, mas é uma prática, e nesse sentido é essa prática que faz a comunidade, ou melhor que gera comunhão, sendo que nos ajudamos mutuamente a ser coerentes e honestos com esta mesma prática.»
– José Frazão Correia sj, ecos do encontro comunidade Casa Velha, 6 a 8 janeiro 2023 –