Uma vivência, por Laura Marques

No momento favorável, eu te ouvi, no dia da salvação, eu te socorri. Este é o tempo favorável, este é o dia da salvação. (2 Cor 6,20)

Sinto que Deus nos vai cumprindo a cada instante, fazendo-nos experimentar a realidade que brota do coração. O poder experimentar na Casa Velha, o horizonte de comunhão há tanto sonhado – comunhão que brota do «encontro connosco próprios, com os outros, com Deus, com a natureza». Experimentar um projeto que integra e une o que não pode ser separado: o crescimento e a descoberta pessoal; o fortalecimento do sentido de comunidade; o serviço à Terra. Um religar para cima, um religar para baixo, para as nossas raízes, um religar para dentro, uma viagem sem fim. «Um espaço que nos repara, regenera e envia de novo» (Oração Casa Velha): ali foram-se unindo os ramos ao tronco e às raízes, ali experimentando-me pertença o meu olhar e o sentido de Casa foi-se regenerando, e à semelhança da Casa Velha, o desejo de honrar também eu as minhas raízes. E desde a Casa Velha, fui enviada, de novo, de regresso a Casa. Transbordo gratidão e raízes, «de onde brota a cada instante o novo e o possível».

«Cala-te, meu coração,
Que estas árvores altas
São orações.
As raízes
São ramos debaixo da terra
Os ramos,
Raízes no ar».
Rabindranath Tagore

[horizonte da Casa Velha, desenhado durante a Comunidade residente Fiéis Jardineiros]